O Corinthians não é só futebol. É suor, raça e uma paixão que transcende o campo. Mas toda paixão precisa de um lugar pra se manifestar, um palco onde os sonhos se tornam realidade, onde a Fiel canta e faz o coração pulsar. E, ao longo da história, o Coringão teve várias casas. Cada uma delas com sua importância, seu charme e suas histórias. Confira os Estádios do Corinthians.
O Campo do Lenheiro: 1910
Era 1910, e o Timão nascia no Bom Retiro, jogando num campinho alugado na Rua José Paulino. Ali era poeira, lama, chão irregular, e a arquibancada? Não tinha arquibancada, a torcida ficava de pé. Quem passava pela rua nem imaginava que aquele campinho humilde era o começo de uma das maiores histórias do futebol mundial. Era tudo improvisado, mas quem liga? O Corinthiano nunca precisou de luxo, só do Corinthians.

Ponte Grande: Primeiro “Estádio”
Chegou 1918, e o Coringão arrumou uma nova casa, na Ponte Grande, localizado às margens do Rio Tietê, próximo ao que hoje é a região da Ponte das Bandeiras. Apesar das condições limitadas, a Ponte Grande marcou uma fase de crescimento para o clube, que já começava a atrair mais torcedores e consolidar sua popularidade.
E foi nesse estádio onde surgiu a primeira “vakinha”. Mas a vakinha era mão de obra. Dirigentes, jogadores, sócios e torcedores levantaram o estádio, não apenas com dinheiro, mas também, com suor.

Estádio Alfredo Schürig: A Fazendinha
Em 1926, o Timão resolveu que precisava de um lugar maior. Comprou o terreno do Parque São Jorge. Aliás, Parque São Jorge por duas razões, como o CORINTHIANS foi inspirado no CORINTHIAN Football Club, uma equipe inglesa que visitava o Brasil em 1910. Os fundadores do CORINTHIANS adotaram o mesmo padroeiro do time inglês.
E segundo, porque o estádio se localiza na Rua São Jorge, coincidentemente.
Mas caramba, que confusão! É Fazendinha, Parque São jorge ou Alfredo Schürig? Vou lhe explicar, mas adianto que são todos eles.

Primeiro, Alfredo Schürig, quem dá nome ao Estádio:
Empresário que ajudou o Corinthians a pagar o terreno do parque São Jorge. Foi Presidente do clube de 1930 a 1933. Foi ele também que forneceu pregos e matérias a preço de custo para o Corinthians construir o estádio da Ponte Grande.
Fazendinha:
Já era este nome quando o Corinthians adquiriu o Estádio, que pertencia ao Sport Club Sírio.
Parque São Jorge:
Como já foi descrito acima os motivos, é também o que dá nome a todo o complexo esportivo do Corinthians, toda a área social do clube, com quadras, piscinas, biblioteca, e onde está localizado o estádio. No parque São Jorge é onde também acontece toda a politicagem.
A Fazendinha, foi palco de diversos jogos do Coringão, em 22 de julho de 1928, o timão fez sua estreia contra América – RJ, placar de 2 a 2.
Até 1940 a Fazendinha era o único lar do Corinthians, porque naquele mesmo ano houve a inauguração do Pacaembu, o timão revezou os seus jogos por conta da capacidade, hoje a fazendinha comporta, 16 mil fiéis. MAS, o recorde de público do estádio, segundo o site oficial do Corinthians, foi registrado em 1962, no clássico Corinthians 1 x 2 Santos, quando recebeu 27.384 torcedores.
Último jogo oficial do Corinthians na fazendinha foi pelo Paulista em 1999 e se considerarmos apenas a equipe profissional do masculino, um amistoso foi realizado em 2002, contra o Brasiliense.
A Fazendinha ainda é utilizada pela equipe profissional do Corinthians Feminino e dos garotos e garotas da base e digo mais, um gramado de fazer inveja em muito estádio grande.

Imagem aérea da sede Social e administrativa do Parque São Jorge
Pacaembu: Saudosa Maloca
Se o Parque São Jorge era a casa do coração, o Pacaembu virou um templo. A partir de 1940, o Timão começou a mandar seus jogos no estádio mais emblemático de São Paulo. Pra falar do Pacaembu faltam palavras para o Corinthiano. Ali, conquistamos 9 títulos, o mais importante deles a nossa Liberta (Libertadores).
Mas, o jogo mais emblemático e que particularmente me marca muito, foi o jogo em que o Timão venceu o Ceara, por 2×0, garantindo o acesso a Serie A com 6 rodadas de antecedência. O lema “Eu voltei”, alusão a música de Roberto Carlos, me fez chorar muito.

Néo Química Arena: O hospício
Lar atual do bando de loucos.
Chegou 2014, e o Corinthians ganhou uma casa pra mostrar que agora era de outro patamar. A Néo Química Arena é moderna, gigante, mas tem o mesmo DNA das antigas: ela pulsa. Não é atoa que fomos eleitos como o estádio mais hostil para os adversários, votados pelos próprios jogadores.
A torcida fez dela o lar dos seus maiores sonhos e conquistas, desde o Brasileirão até jogos épicos na Libertadores. Quem entra lá sabe que tá pisando no território da Fiel.


Reprodução: Rede Social Néo química Arena no X
Memórias e Emoções Fora de Casa
Mas não dá pra falar do Corinthians sem lembrar de outros palcos onde o Timão fez história. Quem não lembra da invasão ao Maracanã, em 1976? Ou do Morumbi, onde muita festa foi feita. Não importa onde, o Coringão sempre faz qualquer campo parecer a sala de estar da Fiel.

De Campo em Campo, a História Continua
Cada uma dessas casas foi mais do que um estádio. Foi um refúgio, um palco, uma fortaleza. Do Campo do Lenheiro à Néo Química Arena, o Corinthians construiu sua identidade com raça, suor, sangue e, principalmente, com o canto da torcida.
E aí, maloqueiro e sofredor, qual dessas casas é a que mais te emociona?
Eu montei uma Tierlist e ranqueei os maiores estádios da história do Corinthians, de uma conferida neste link.